Com base em entrevistas com usuários, pesquisadores norte-americanos elencaram vantagens e desvantagens da plataforma, descrevendo-a tanto como "refúgio" quanto como "obstáculo"

Pesquisadores norte-americanos analisaram como o TikTok afeta a saúde mental de seus usuários e concluíram que a rede social pode servir tanto como um refúgio quanto como um obstáculo para quem está lidando com problemas mentais.

A pesquisa foi apresentada em uma conferência da Associação de Máquinas de Computação (ACM), dos Estados Unidos, realizada entre 23 e 28 de abril, e será publicada na revista organizada pela entidade.

“A primeira etapa desse processo foi entrevistar as pessoas para garantir que entendemos suas experiências no TikTok. Precisamos compreendê-las antes que nós, cientistas da computação, avancemos e projetemos soluções para corrigir problemas”, afirma, em nota, Stevie Chancellor, autora sênior do artigo e professora assistente da Universidade de Minnesota no Departamento de Ciência da Computação e Engenharia.

Por meio das entrevistas, as pesquisadoras notaram que quem cria conteúdo na plataforma tende a ter um senso de autodescoberta e de comunidade que não foi visto em usuários de outras redes. Contudo, os usuários também relataram impressões negativas, especialmente relacionadas à página "Para você" do aplicativo.

Enquanto outras redes mostram essencialmente conteúdos de contas que você segue, o feed do TikTok funciona por um sistema de algoritmos que recomendam vídeos com base naquilo que você gosta. Isso, segundo o estudo acaba tornando difícil que as pessoas tenham acesso a uma maior diversidade de conteúdos e consigam sair de um looping de vídeos sobre um assunto que não as interessa ou não faça bem para sua saúde mental.